Donnie Darko, Efeito borboleta e De volta para o futuro

Por Fabiane Corrêa Monteiro

Se você pudesse voltar no tempo para consertar algo de seu passado, a que ano voltaria? É a temática em torno da qual giram as histórias de três dos meus filmes favoritos, Donnie Darko, Efeito borboleta e De volta para o futuro, dois deles muito cultuados, o que não é muito difícil de entender.  

Cena de Donnie Darko (uma de minhas favoritas)

Em Donnie Darko, talvez o mais complexo dos três, tempos um rapaz que precisa consertar as mudanças acarretadas por ter sido salvo quando a turbina de um avião cairia sobre seu quarto. CONTÉM SPOILER Em Efeito borboleta, temos um rapaz que fracassa em todas as tentativas de evitar o destino trágico reservado aos seus — sempre que “consertava” algo, “estragava” alguma outra coisa, optando por abdicar do amor de sua vida para que ninguém sofresse (desfecho semelhante ao de Donnie Darko, diga-se de passagem). Em De volta para o futuro, o nosso célebre protagonista Marty McFly volta à época em que seus pais ainda eram jovens e quase anula a própria existência ao despertar o interesse de sua própria mãe.

Cena de Efeito borboleta (de cortar o coração)

Donnie Darko e De volta para o futuro têm em comum, ainda, o método para que a viagem no tempo fosse possível: um veículo de metal, único capaz de transpor as barreiras do tempo — o Delorean em De volta para o futuro e o avião em Donnie Darko. Enquanto o Delorean do filme de Robert Zemeckis, no entanto, precisa da força da eletricidade de um raio que cairá no relógio da torre, o avião em Donnie Darko precisa de água, embora nada fique muito claro no referido filme, o que parece ter sido proposital por parte do roteirista e diretor, Richard Kelly. “Existem certas pessoas na plateia que vão ao cinema e querem saber exatamente o que tudo significa. Infelizmente, para elas, meu filme jamais será um desses”, respondeu ele, quando perguntado acerca disso. O livro recentemente publicado pela Darkside, no entanto, não nos deixa dúvidas: o apêndice ao final, trechos do livro de Roberta Sparrow, “A filosofia da viagem no tempo”, a todos esclarece: “Água e metal são elementos-chave da viagem no tempo. Água é o elemento crítico para a construção de portais temporais usados como passagem entre universos no vórtice tangente. Metal é o elemento transicional para a construção dos recipientes do artefato”.

Marty McFly e Doctor Emmett Brown em cena de De volta para o futuro

Enquanto não podemos viajar no tempo, deixemos que a ficção faça isso por nós — até porque aprendemos com os filmes analisados neste artigo que, para modificar o passado, é preciso aceitar a perda de algumas pessoas pelo caminho... Estaremos dispostos a isso?

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