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Mostrando postagens de novembro, 2018
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Aos anos incríveis da vida de todos nós Por Fabiane Corrêa Monteiro Tive uma professora que, na Faculdade de Letras, mais especificamente em uma cadeira de Teoria Literária, sempre recorria à etimologia da palavra recordar para defini-la: sendo um vocábulo resultante da junção entre um prefixo que significa repetir e a palavra cordis, termo que em latim significa coração, recordar nada mais é que passar novamente pelo coração — trazer para a memória vivências significativas e emocionantes, ainda que sob um ponto de vista carregado de saudade, e sentir novamente tudo que na ocasião despertaram. Recordar foi o que Kevin Arnold, o narrador-protagonista de Anos Incríveis, fez durante os 115 episódios desta grande série: contou-nos, já adulto, todas as peripécias de sua infância e de sua adolescência vividas no subúrbio de uma cidade norte-americana entre 1968 e 1973, enquanto suas recordações eram encenadas e compartilhávamos das emoções por ele vividas em passagens que, de cer...
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  Para sempre Alice Por Fabiane Corrêa Monteiro Mãe e filha em cena do filme Para sempre Alice "Vi um filme muito chato ontem, muito parado", disse-me um menino, esses dias, sobre o filme Para sempre Alice, que conta a história de uma Doutora em Linguística que descobre aos 50 anos ter o Mal de Alzheimer. Como não tinha visto ainda, nada falei. Agora que vi, acho que entendi o porquê da avaliação do menino: é SÓ a história de uma pessoa que vai perdendo a memória e, consequentemente, a identidade; é SÓ a história da barra que é para uma família ver uma pessoa muito amada deteriorar-se fisicamente e intelectualmente. Sabem o que faltou ao menino, para que sentisse o filme como eu senti? Empatia, identificação.   Tenho um caso em minha família, meu pai, que tem uma demência muito semelhante ao Alzheimer. Em muitas cenas do filme eu o vi. Alice se esquece de algo que ouviu há um minuto, mas se lembra com perfeição da mãe e da irmã, que morreram quando ela...
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Donnie Darko, Efeito borboleta e De volta para o futuro Por Fabiane Corrêa Monteiro Se você pudesse voltar no tempo para consertar algo de seu passado, a que ano voltaria? É a temática em torno da qual giram as histórias de três dos meus filmes favoritos, Donnie Darko, Efeito borboleta e De volta para o futuro, dois deles muito cultuados, o que não é muito difícil de entender.   Cena de Donnie Darko (uma de minhas favoritas) Em Donnie Darko, talvez o mais complexo dos três, tempos um rapaz que precisa consertar as mudanças acarretadas por ter sido salvo quando a turbina de um avião cairia sobre seu quarto. CONTÉM SPOILER Em Efeito borboleta, temos um rapaz que fracassa em todas as tentativas de evitar o destino trágico reservado aos seus — sempre que “consertava” algo, “estragava” alguma outra coisa, optando por abdicar do amor de sua vida para que ninguém sofresse (desfecho semelhante ao de Donnie Darko, diga-se de passagem). Em De volta para o futuro, o nosso...