
Remember me Por Fabiane Corrêa Monteiro Era janeiro de 2002. Eu tinha 19 anos e havia descolado um emprego temporário no qual minha função seria fazer o cadastro de moradores de minha cidade para que recebessem o cartão de identificação que o SUS pretendia exigir para que utilizássemos seus serviços. Receberia alguns centavos por formulário preenchido, mas não me importei com isso — para uma garota tímida que já havia ingressado na faculdade e ainda batalhava pelo primeiro emprego, já era alguma coisa. Em meio às andanças que empreendia buscando cadastrar o maior número possível de pessoas, algo recorrente e triste me chamou a atenção: eram os idosos os mais atenciosos, aqueles que sempre me atendiam com um convite para entrar, um pedaço de bolo, uma xícara de café, pois não se importavam com o tempo que teriam a perder comigo, contanto que alguém finalmente pudesse ouvir tudo aquilo que tinham para contar. Havia uma carência muito grande por trás disso, eu sabia, e saber a r...